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1) "Pesquisadores brasileiros criam carro que anda sozinho": a construção da frase como causa do acidente.
2) O jogo de cintura do cinegrafista num momento de tensão: no instante derradeiro ele precisa desviar o nosso olhar (a câmera): a pressão do momento crítico não paralisa o seu reflexo de velar pela estabilidade e normalidade sacrossantas da manhã dos espectadores.
3) O olhar estarrecido de um boneco inexpressivo.
4) A expectativa da aparição do homem que controla o boneco não se resolve. A voz continua sendo a do personagem. O ilusionismo estremece, mas não pode, não deve ruir.
5) O shift entre uma câmera e outra, que filma o boneco assistindo a imagem filmada pela primeira. O espectador não é mais o espectador, que em decorrência de 4) adquire as feições impossíveis do boneco.
6) A linha de som da interferência do microfone sublinhando o clímax suspenso: uma coda expressando os diversos canais oficiais entrando em parafuso, homens diante de monitores brigando uns com os outros, se levantando e jogando seus headphones na mesa.
7) "The sky takes on content, feeling, an exalted narrative life".
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